Lenda da Matinta Perera
A região amazônica é muito grande e apresenta uma ampla sociodiversidade.
Oriunda
da cultura popular do norte do Brasil, essa lenda é muito conhecida na região
amazônica e provavelmente surgiu de alguma lenda indígena.
Alguns
consideram que a lenda da Matinta é uma variante da lenda do Saci-pererê, sendo
descrita como uma velha de uma perna só, que vaga à noite agourando os lugares
e assustando as pessoas.
Diz
a lenda, que à noite, um assobio agudo perturba o sono das pessoas e assusta as
crianças, ocasião em que o dono da casa deve prometer tabaco ou fumo. Ao ouvir
durante a noite, nas imediações da casa, um estridente assobio, o morador diz:
“Matinta, pode passar amanhã aqui para pegar seu tabaco e/ ou tomar café”.
No
dia seguinte uma velha aparece na residência onde a promessa foi feita, a fim
de apanhar o fumo e tomar seu café. A velha é uma pessoa do lugar que
carregaria a maldição de "virar" Matinta Perera, ou seja, à noite
transformar-se neste ser indescritível que assombra as pessoas.
A Matinta
Perera pode ser representada como um pássaro agourento (rasga mortalha) que
fica voando sobre o lugar onde mora (Para os índios Tupinambás esta ave, era a
mensageira das coisas do outro mundo, e que trazia notícias dos parentes
mortos. Era chamada de Matintaperera).
Outras
vezes assume a forma de uma velha vestida de preto, com o rosto parcialmente
coberto. Prefere sair nas noites escuras, sem lua. Quando vê alguma pessoa
sozinha, ela dá um assobio ou grito estridente, cujo som lembra a palavra:
"Matinta Perêra..."
Dizem
que a Matinta, quando está para morrer, pergunta: "Quem quer? Quem
quer?" Se alguém responder "eu quero", pensando em se tratar de
alguma herança de dinheiro ou joias, recebe na verdade a sina de
"virar" Matinta Perera.
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