O tribunal da Inquisição no Pará.
O Tribunal
da Santa Inquisição foi uma instituição criada pela Igreja Católica para julgar
aqueles que eram considerados infratores das normas clericais. Surgiu por volta
do século XIII, como órgão de repressão a todos aqueles que ousassem discordar
do pensamento da igreja, e assim se desenvolveu na perseguição e punição dos
infiéis.
No Brasil,
as visitas do Santo Ofício se restringiam à Bahia, Pernambuco e Pará, entre os
séculos XV e XVIII. (Boatos e delações) A notícia da chegada do Santo Ofício
desencadeava entre as pessoas uma verdadeira demência coletiva na delação de
qualquer um que tivesse comportamentos estranhos, as vigilâncias e espionagens
serviam para encontrar pistas que pudessem incriminar os bruxos, hereges e
desviantes do catolicismo, qualquer um poderia ser incluído na lista dos
acusados.
O Tribunal
da Inquisição chegou ao Grão-Pará em 1763 e ficou por seis anos. Houve uma caça
aos “hereges” assim como nos outros Estados.
(Durante a permanência do Tribunal
na Amazônia, foram acusados 12 feiticeiros, 9 feiticeiras, 5 curandeiros, 4
curandeiras, 4 sodomitas, 5 bígamos, 2 hereges.
Dentre
os casos mais famosos temos
Joana Mendes, uma cafuza que “tirara
o rosário que tinha ao pescoço e rompera-lhe o cordão, lançando as contas no
chão” e pisou-as. Renegou a Santíssima Trindade e a Virgem Maria, repetindo
sempre injúrias e ameaçando atirar a imagem de Jesus Cristo, se a tivesse.
E
o caso de Francisco José, que antes fora soldado e alfaiate. Ele teria afirmado
não existir Deus. Recusava-se a ajoelhar quando passava na rua o santíssimo
sacramento e ficava irritado com a presença da procissão. Sempre virava as
costas para as missas e a simples presença de uma imagem religiosa dava-lhe
náuseas. Esses e outros casos foram julgados pela mesa inquisitorial e alguns
foram levados para Portugal para o cumprimento da pena.
Terminados
os trabalhos do Santo Ofício no Grão-Pará, os acusados foram levados para a
Europa, a fim de cumprirem suas dívidas com a santa religião. Permaneceu apenas
na lembrança daqueles que ficaram a vivência daquele momento peculiar, marcado
pela mudança dos comportamentos e pelos anseios de continuar suas vidas livres
da vigilância direta da Igreja Católica.
Vídeo sobre https://youtu.be/6OQR_Cny_II
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