Histórico
É
bastante antiga a movimentação no território que abriga o atual Município de
São João de Pirabas. Sua posição geográfica estratégica, limitando-se com o
Oceano atlântico e banhada pela baía de Pirabas permitiu que, ao longo dos
séculos, seu território fosse visitado, por pescadores, desbravadores,
aventureiros e colonizadores.
Existe
uma ilha nas proximidades de Pirabas que, segundo moradores antigos, seria obra
de padres jesuítas. O local passou a ser conhecido por Ilha do Cemitério. Se
for confirmada a informação se caracterizará ocupação dos primeiros tempos do
Brasil Colônia.
O
certo é que São João de Pirabas sempre esteve ligado aos municípios de
Salinópolis e Maracanã. Das pessoas e nomes mais antigos da localidade se
sobressaem os de Florêncio, Matos, Muniz, Nunes e ainda o português Barbado,
dentre outros, também muito importantes.
No
ano de 1895, a localidade de São João de Pirabas foi reconhecida como povoado
do Município de Salinópolis. Em 1901, o povoado de São João de Pirabas foi
elevado à categoria de Distrito, com jurisdição em Salinópolis. Nessa época
Pirabas era ponto terminal de navegação a vapor e as embarcações que faziam o
trajeto pertenciam a Amazon River Company.
Esse comércio permitiu que a localidade tivesse acentuado progresso.
Em
1930, o Município de Salinópolis foi extinto, sendo seu território e também o
de São João de Pirabas, incorporado ao de Maracanã. Quando ocorreu a
restauração municipal de Salinópolis, em 1933, o Distrito de São João de
Pirabas passou novamente à sua jurisdição. Com a criação do município de
Primavera, em 1961, Pirabas passou a pertencer-lhe, na condição de Distrito.
O
município de São João de Pirabas, foi criado em 10 de maio de 1988 pela Lei
Estadual nº 5.453, na gestão do governador Hélio Mota Gueiros, se desmembrando
do Município de Primavera, sendo primeiro prefeito o sr. Raimundo Cordeiro. É
constituído de um Distrito (Japerica) e várias Vilas e povoados, sendo: Vila
dos Miritis, Vila de Nazaré, Vila de Aimóres, Vila do Patauá, Vila da Próevia,
Vila Santa Luzia, Povoado do Murumuru, Vila do Aru, Vila do Cruzeiro, Vila do Axindeua,
Vila do Campo do Sal, Povoado do Pariquis (Km 42), Vila do Bom Jardim, Povoado
do Caraxio, Vila do Laranjal, Vila Bom Intento, Vila Nova, entre outras.
O
porquê do nome São João de Pirabas?
O
nome do Município faz referência à existência de uma espécie de peixe conhecido
pelo nome de piaba, posteriormente chamaram de pirabas (estudiosos ainda
discutem, sobre a veracidade dessa informação), que é bastante abundante nas
águas dos rios que banham a região, e o "São João" é resultado da
grande devoção na qual os primeiros moradores tinham pelo santo do mesmo nome.
Religiosidade
A
principal manifestação religiosa de São João de Pirabas é a Festa de São Pedro,
no dia 29 de junho, e o Círio de Nossa Senhora de Nazaré, no 4º domingo do mês
de outubro. Na festa de São Pedro ocorrem apresentações dos cordões de pássaros
e bois-bumbás. O carimbo ocorre durante o ano todo, com especial intensidade em
junho e julho.
A
marujada, comemorada em dezembro é muito festejada em São João de Pirabas,
assim como o dia de Reis, no mês de janeiro. Outro santo muito festejado é São
João, em 24 de junho, pois além de dar nome a cidade, também é o padroeiro do
Município.
Umas
das referencias culturais de São João de Pirabas é o Rei Sabá e sua pedra
sagrada. O dia 20 de janeiro é muito comemorado na cidade, pois dá inicio à
homenagem prestada todos os anos a São Sebastião. A pedra do Rei Sabá se
localiza na ponta do castelo, em frente a uma belíssima praia litorânea, na
Ilha de Fortaleza. O acesso à ilha é feito em 15 minutos por barcos. O acidente
natural onde fica a pedra apresenta uma característica interessante, pois há um
platô de pedras no qual, se destaca, ao meio, uma pedra maior que, vista de
longe, tem a forma de um homem sentado, em atitude de meditação.
Ir
à pedra do Rei Sabá, em peregrinação mística pode ter diversas finalidades:
pedir uma graça; pagar promessa; fazer obrigação de água; fazer oferendas ou
harmonizar-se com as vibrações da água.
Lendas
São
João de Pirabas é um berço de lendas através do povo que possui uma farta
imaginação. Algumas lendas como: a do Rei Sabá, das pedras que caem do céu, do
lobisomem, da Princomar (empresa de pescado), da choradeira e a da Porca.
Rei Sabá
Pedra do Rei Sabá
A
lenda do Rei Sabá é mais difundida a partir da versão de que o Rei de Portugal
D. Sebastião, derrotado na batalha contra os mouros no Norte da África regressa
a Portugal, porém com ventos e correntes marítimas, desfavoráveis se desviou do
caminho e chegou a América naufragando no litoral da Amazônia brasileira, mas precisamente
em frente à Praia de Fortaleza. A salvo na praia e com saudades de Portugal o
Rei D. Sebastião sentou em um ponto pedregoso da praia e mirando o horizonte
(acreditando ser a direção de Portugal) virou pedra. Os pescadores ao passarem
em frente à praia, indo pescar, pedem a permissão do Rei e no retorno devem
lançar oferendas ao Rei Sabá agradecendo.
Outra
versão que é dito pelos mais antigos, é que o Rei Sabá chegou em um navio
negreiro e que naufragou em uma praia da região (atual praia do Rei Sabá) e lá
ele ficou com seus filhos e sua esposa (a mais famosas dos filhos de Rei Sabá é
Mariana) entretanto de lá ele não saiu então sentou-se de costas para o mar e
lá virou pedra. Essa é uma das histórias contadas.
A
pedra existe é em formato de um homem sentado e lá ele recebe oferendas dos que
acreditam em seus milagres. As oferendas (geralmente) são bebidas alcoólicas,
balas (bombons). Em janeiro a praia fica lotada de pessoas de todas as partes
do Brasil para vários rituais de umbanda. Em Pirabas se encontra o Rei Sabá e
no Maranhão se encontra a espada dele.
Pedras que caem do céu
Houve
uma época em Pirabas em que misteriosas pedras começaram a cair, pedras maiores
que dois tijolos juntos e bastante pesadas e de cor branca. As pedras começavam
a cair no final da tarde e só paravam ao amanhecer. Foram semanas de buscas
intensas de moradores e policiais, muitos diziam que eram crianças, porém, as
pedras caiam em cima de casas de dois andares, não era possível que fossem
crianças. Essa é uma história recente que aconteceu em 2006. Ao final de toda
essa história as pessoas disseram que tudo aconteceu porque alguém leu o livro
de São Cipriano (o livro da capa preta), um livro de feitiçarias e magia negra.
Lobisomem
Diferente
das lendas europeias e estadunidenses o Lobisomem de Pirabas geralmente ataca
galinhas e cachorros de rua, muitas pessoas afirmam ter o visto. Muito parecido
com a lenda do lobisomem igualmente temos a do homem que virava porco (era
chamado de a porca), também atacava
galinhas e cachorros de rua.
Lenda da Princomar
A
Princomar é uma empresa de pescado existente na cidade e exatamente no local
onde hoje existe essa fábrica foi um antigo cemitério indígena. De acordo com
os funcionários do local, a noite principalmente, ouve-se gemidos e pode-se ver
pessoas estranhas perambulando pela fábrica e pela rua próxima a ela.
A choradeira
Moradores (e alunos) narram que uma
mulher passa chorando pela perda do filho por volta da meia noite, ela vaga
pelas ruas da cidade e vilas de São João de Pirabas. Os relatos dos pirabenses
são de que a mulher tem na boca o corpo da criança. A lenda da choradeira
(assemelha-se a lenda mexicana La Llorona – A chorona).
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